O tempo, A eternidade e O amor

O tempo passa, e eu sei que com ele meu coração de pouco em pouco sangra, vitima das lembranças. É desleal esse meu tempo, que não espera minhas escolhas e que não se importa com o que eu sinto. É assim todas as horas do meu dia: cheias de pejo, de arrependimento, de uma entrega ao vazio eterno da vida.

A cada vez que a felicidade se faz presente, meus olhos já não retomam o brilho de sempre, pois já sabem que a alegria é só uma tristeza do presente para as tristezas do futuro. É tudo muito insano nessa nossa tão mínima existência: não pedimos para nascer e nem muito menos para morrer, mas tudo o quanto é dificil para nós, cegos sobreviventes dessa jornada meio sem sentido que é o viver, se torna involuntário, indiferente.

Mas se algo é mais forte que esse nosso tempo tão confuso, tão algoz de sí mesmo, esse algo só pode ser o amor. por mais que o mundo tente me fazer acreditar que não, pode o mundo falar mais alto do que meu coração? a cada momento que eu lembro da vida antes de conhecer o verdadeiro sentido do amor eu não consigo acreditar que ainda havia conseguido viver.

Eu agora respiro a eternidade da qual comunga o universo, e por que não dizer que agora eu sou eternidade? por que não me sujeitar a esse fogo que lapida as almas sinceras, deixando que não só a minha alma mude, mas também toda a minha vida? a muito eu me sentia inseguro, porém o tempo, mesmo que infinito, ainda esta contra mim, e não havendo tempo para escolhas pouco precipitadas, eu decido me entregar de vez, mesmo que eu não possa exergar essa eternidade, nem muito menos sentí-la, porém eu tenho a certeza plena de a sentir no mais fundo do meu coração.

Felipe de Oliveira Ramos
Enviado por Felipe de Oliveira Ramos em 06/06/2011
Reeditado em 22/11/2011
Código do texto: T3017886
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