Para Dona Judite, uma verdadeira poesia em movimento.
Muito caminhei e muito ainda tenho a trilhar,
Pelas pradarias diversas do mundo.
E raramente, às vezes, tenho encontrado,
Pessoas lindas e boas como a Senhora.
Com o seu jeito brejeiro de ser e sua
Juventude de muitas idades vividas.
Que hoje aflora nessa graciosa simpatia.
Irradiante, tão primitiva e tão sabida.
Inúteis seriam as letras da minha poesia,
Para interpretar a sua vida neste momento.
Por mais que eu usasse a fantasia,
Seria limitado em minha inspiração.
Porque o poeta também é imperfeito.
A ele ainda não foi dado o direito,
De sublimar a poesia em movimento.
A Senhora é essa poesia que quero cantar.
Uma poesia pura, sem métrica e sem rima.
Mas cheia de vida e transbordante de amor.
E só quem amou muito na vida, um dia,
Pode ser hoje com galhardia a inspiração,
De um indigno poeta com a sua vã poesia.
A Senhora detém a indizível juventude.
É bem verdade, já metalizada com o tempero do tempo.
Mas poderia emprestar com muita segurança,
Às meninas idosas de muito pouca idade.
Essa é uma humilde homenagem
Que, rendo-lhe muito pura e espontânea.
Oferecido me disponho e espero,
Ir à sua casa se a Josete me levar.
Sou assim mesmo, afoito e oferecido.
Submisso à poesia e ao seu cobiçado café.
Muito no ponto e carinhosamente aquecido.
É a sua estratégia de a gente conquistar.
Pessoas lindas como as da sua estirpe,
Eu ainda gosto de gostar.
Eráclito Alírio