A Mudança (EC)
Vivia enclausurada em seu pequeno castelo sem sentir que a vida pulsava com toda intensidade lá fora.
Olhava pelos minúsculos vitrais impregnados pelas sombras das madrugadas o movimento incessante nas ruas.
Vontade intensa, inconfessa de realizar sonhos de liberdade, fantasias que carregava em seu íntimo.
Arrepiava-se em imaginar-se passeando pela graciosa praça em frente e conversando com pessoas simples do povo nas calçadas.
Não fora criada para suportar este mundo cheio de ilusões e incertezas, traições e impurezas.
Os pais lhe haviam concedido incontáveis regalias, cercaram-na de todo o conforto e zelo e lhe deixaram um imensa fortuna para que ela não necessitasse depender do mundo lá fora.
Mas nenhum ser humano é uma ilha, a natureza nos ensina que esta é uma lei que vale para todos, precisamos uns dos outros.
Certo dia Emília, este era seu nome, estava sentada no banco do bosque nos fundos da imensa propriedade e viu pendente de um galho de árvore um pequeno casulo.
Acompanhou por vários minutos a mudança, mágica transmutação: de uma feia lagarta presa em seu casulo à liberdade para uma bela e graciosa borboleta voejar livre qual fada madrinha pelos belos jardins.
Emília concluiu finalmente que todas mudanças interiores dependem exclusivamente de nós mesmos e de nossos esforços para concretizá-las.
Este texto faz parte do Exercício Criativo - A Mudança
Saiba mais, conheça os outros textos:
http://encantodasletras.50webs.com/amudanca.htm