Transparência
Com tua verdade traduza meu texto, se puderes.
Meus sons não são da cor que você vê e ouve,
Pois as dores do mundo me habitam de tal forma,
Que já não eu sou quem sou, sou os que me são.
Minha alma tropeça nas veredas desse caminho,
E em cada tropeço, derrama quase toda fome,
Sede e desejos de me mostrar toda, por dentro.
Queres mesmo me perceber assim, tão humana?
Mas, desnudar minha humanidade em público,
Quase me desespera, é um passo em falso
Que posso ou não me permitir num instante.
Quando somos humanos somos infinitamente,
Sabemos disso, por isso tememos nos mostrar.
Minha referência está nas entrelinhas do texto
Não editado, no poema desescrito e excluído.
Aquele que nem você e ninguém jamais lerá.