PROCURA-SE

Procurar-se

Procura-se um louco varrido,

Vivo ou morto.

Que joga pedra,

Rasga cédula de CEM.

Repete que os outros, é que são loucos.

Comi o guardanapo e larga o bife.

Acha que é um executivo,

De terno e gravata achados no lixo.

Ele é o ZÉ MANÉ,

Sabe, aquele que fugiu ás presas.

Encasquetou com Josefina,

Com casório marcado com Benè.

Dizia-se apaixonado,

Que iria surrar o Benè.

Mas quem foi surrado foi ele,

No dia de queima de Judas.

Bené armou uma tocaia,

Pra quando o seu rival chegar.

Fantasiou de urso e foi pro matagal.

Lá pelas tantas da madrugada,

Vinha o Zé Mané,

Fedendo á cecé.

Tonto que nem gambá.

Vendo tudo em dois.

Foi quando OUVIU UM GRUNHINDO.

-URGGGGGGGGGGGGGG

Deparou-se com dois enormes ursos,

Arregalou os olhos, boca aberta.

Um grito agudo escapou de sua garganta.

-oh, meu Deus.

Assombração!Foi o que pensou.

E saiu disparado pela mata adentro.

No chão a lembrança da garrafinha de pinga

Levada como troféu no casório de Bené e Josefina.

Passado um tempo apareceu o Zé,

Jogando pedra ao vento,

Cochichando sozinho,

Fazendo gesto de louco para os outros.

Mas um dia ele sumiu de vez...

Ninguém nunca mais ouviu falar,

Do louco Zé Mané.

O povo sentiu a falta.

Então chamou o prefeito,

Pra dar-se um jeito,

De achar o Mané.

Anunciaram no rádio, jornais.

Mas nada! Sumiu de vez.

Peço por favor, quem o encontrar,

Deixem um recado aqui nessa edição.

Atenciosamente: A SAUDADE.

Cidade dos Mastozém, 31/05/11 ás 19h42min

Marli Caldeira Melris
Enviado por Marli Caldeira Melris em 31/05/2011
Código do texto: T3006027
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