Foi um verso desses perdidos por ali
Ou o poema que me assaltou ainda ontem
Bem antes de dormir
E que por horas me importunaria
Se não fosse posto às claras
E derramado no papel
Ou foi uma palavra a me perseguir que persigo
O que me fez triste pelo resto dos meus dias
Que insiste em dizer sempre o que nunca digo
Que consegue invadir minhas horas mais vadias
E arrancar de dentro de mim o que não consigo
 
Somos uns pobres seres
Que de tão mortais
Temos tanto medo de morrer
Somos uns pobres seres
Que de tão banais
Temos tanto receio de viver
Somos uns tristes seres
Que de tão reais
Não sabemos amar mais
Somos uns tristes seres
Que de tão carnais
Não aprendemos amar jamais
 
Seres de dúvidas colossais
E de certezas paradoxais
 
Não foi a vida que me fez triste e sim a poesia
O que me atormenta não é a dúvida, mas a dor
Não é o que está perto, mas o que se distancia
O que me angustia não é a vida e sim o amor
 
Esse pobre sentimento de seres tão pobres
E tão banal quanto o mais banal dos seres
Essas emoções que se fiam em ser pouco nobres
Essas dores muito maiores do que os prazeres
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 31/05/2011
Reeditado em 19/05/2021
Código do texto: T3005406
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