DESCRENTE
Você não acredita em nada
Não crê que a vida é amena
Apesar dos ferimentos
Dos tombos e das viradas
Crer na vida: é viver apenas
Você não acredita em tudo
Que lhe foi dito no escuro
Na noite do precipício
E prefere fechar os olhos
Deitar num lugar seguro
Você não acredita naquilo
Que há tempos foi acordado
Nas mãos fortes, apertadas
Cabeças firmes acenadas
Contrato assinalado
E compromisso firmado
Você não acredita em nada
Teima em não amanhecer
Recusa o sopro da vida
Não acredita em você