Alma Perdida
Meu corpo a vagar se perdeu no espaço
O dia de voltar ha muito já passou
Estou só, meu mundo mudou
E tudo que quero é só teu abraço
Minhas súplicas são vãs e pouco importa
Se o pouco que te peço é impossível
Se o aquilo que quero é inconcebível
Não me envergonha bater a tua porta
Dizem que tudo o que se pede, se alcança,
Portanto, peço, suplico, imploro,
Não desisto, grito, enlouqueço e choro,
Pois dizem que sempre há esperança
Não me olhas, não me ouves, não percebes,
O mundo não para e o tempo passa,
Estás alheio a minha terrível desgraça
Não dás atenção àquela que te segue
Assim vivo este suplício eterno
Estou sempre sozinha, triste na penumbra
Tu sempre acompanhado, sorris te deslumbras
Com as delícias do mundo hodierno
No passado era eu tua companheira
Não vivias sem a minha presença
Não entendo porque tanta indiferença
Passas como se não visse inteira
Na tua frente abro bem os braços
Para que assim afinal me notes
Para que enfim mais uma vez me toques
Mas com o meu corpo, teu corpo trespasso
Meu desespero está me consumindo
Nasce o dia e eu em vão te chamo
Desce a noite e o teu nome clamo,
Estarei louca, morta ou dormindo?