PRIMITIVA
Era muito primitiva
Quando veio me chamar
Sussurrou nos meus ouvidos
Coisas que não vou contar
Passou-me a mão nos cabelos
Virou meu rosto prá lá,
Virou meu rosto prá cá,
Segurou-me pelos pulsos
E me fez ajoelhar
Ante o gôzo e a preguiça
O ego e o desamor
Nada era tão importante
Que merecesse atenção
Nada era tão interessante
Que despertasse emoção
Mas depois de muito tempo
E só muito devagar
Limpei meu peito e joelhos
Consegui me levantar
Afastei os meu receios
Busquei enfim a verdade
E livrei-se finalmente
Da vã personalidade