TRIÂNGULO DAS PERDIÇÕES

Tenho pra mim que no triangulo das perdições,

Há uma cova que esconde o recanto das maldades;

Pois sobre o apêndice dos pecados vivem os prantos dos desvalidos.

Pois sofrem as pontas das emoções

No reduto deleitável dos prazeres;

Onde homens suspiram saudosos

E moças deixam em prantos os destemidos.

Cresce a volúpia das sensações,

Vibrando de emoções furtáveis;

A teia farta que cobre a Vênus,

Local clássico de lamentos amáveis!

Percorrendo a simetria dos desejos,

Cresce forte com o pulsar das veias,

Jaz a hora de penetrar-lhe a alma,

Limita-se no ato de segregar o deleite!

A sentinela é o palco dos tentamentos,

A cama o instrumento de carinho,

Os corpos envolvidos de tecidos,

Desnudos do pudor dos combalidos!

Oh generosa Deusa Vênus,

Esfola o teu manto em minha vergonha.

Livra-se de composturas e modéstias,

Lava-me com o aroma de tua flor,

E faz-me instrumento delicado de teu amor.

Magnânima coreógrafa petulante,

Desejo tua candura extenuada,

Tua pele estafada é o perfume,

Faz-me de desejo de teu lume!

Fonte eterna de ledice,

Envolve-me cingindo em minha base,

Me faxina enodoando com teu néctar,

Mostra a alegria de tua face!

Gira carrossel desgovernado,

Cruza, brinca, grita e emudece,

Pinta-me, morde-me e despenteia...

Trança, aferre e esclarece!

Oh menina dos meus sonhos,

Fada madrinha de meus desejos,

Faço de ti um objeto amável,

Batalho e proponho paz,

Tudo faço pelos teus beijos.

Se não a tenho a toda hora,

Crio asas e ganho mundos,

Meus desejos são atrozes,

Revelam sonhos vagabundos!

Carlos Henrique Mascarenhas Pires é editor da página www.irregular.com.br

CHaMP Brasil
Enviado por CHaMP Brasil em 28/05/2011
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