Noite e falta de amor
Espaços de nós espalhados pelo quarto, até quando vou ter que segurar o grito e derramar o pranto de quem sonha com amores impossíveis? Eu penso, eu passo os dias escondida de mim e dos meus sentimentos que pulam pro seu colo, braço, abraço completo.
Melodias jogadas ao vento das minhas quatro paredes que apertam meu corpo contra a alma e pede pro coração saltar pela boca e jogar tudo como em sorteio e viver de um novo jeito meio estranho, meio meu e só meu de entender o que não tem entendimento.
Silêncios ecoando pelo escuro dançam comigo a valsa da solidão. Um dia serei feliz? Algum dia serei feliz de verdade? Um dia silêncios serão somente saudades e lembranças de tardes sem som?
Vai, faz de mim seu tapete, seu leque, seu cheque sem fundos. Vem, me diz que é cedo, que é tarde, que arde. Eu nem sei quantos anos tenho, só sei que ainda quero viver. Eu posso? Eu devo? Eu sou o quê?
Risos partidos em mil pedaços e claves de sol. Quem sabe o mar possa amenizar esse meu sofrimento eterno. Essa minha doença pecaminosa, esse meu medo de mim mesma e das coisas que sou capaz de fazer. Eu choro, eu vejo, eu deixo você atravessar a rua com passos largos e olhos pra trás. Traz, faz, volta e cola o seu sorriso no meu sorriso que anda meio vazio da tua presença.