Insignificância
Não sou música , nem poesia
Nem o orvalho de uma rosa que nasce
Nem mesmo uma pétala macia
Também não sou o espinho
Que fere em sangue a dor que renasce
Não sou a maresia
Nem espumantes e brancas marolas
Também não sou a calma aurora
Que desfalece em claridades
Quando o sol se avizinha
Não sou lago manso ou mar traiçoeiro
A refletir na água os raios estrelares
Não sou pequena nem grande
Nem tenho o tamanho exato de
minhas necessidades.
Sou apenas uma partícula de pó que
invade uma ou outra ante-sala
Espera atendimento com real vontade
Talvez nem isso, apenas um micro organismo
Que só resiste por teimosia ou tenacidade.