lavando sangue seco

Tragicamente sem

Batalhas, sem desafios nobres.

Entro em marasmo

Sento a beira do rio Stigia, onde vejo Caronte carregado

Porém, nenhuma vítima é de minha espada.

Sempre há tempo para o tempo.

E meu tempo é de reciclagem, de manutenção, de remodelação, de amolar minha espada, afiar a seta da minha lança, lavar o sangue do meu elmo, do meu escudo e de minha armadura. Um tempo de reflexão, onde também lavo o sangue dos inimigos impregnados em minhas batalhas.

Sentado ao lado do rio que contorna Hades, aquecido por uma fogueria que arde com cedros que estalam ao serem lambidos pela chamas, algo em mim entristesse.

Meu coração, sim Espartanos tem coração, aliás nunca minha espado trespassou um corpo compacto, seja de guerreiros, feras, mostros ou deuses que minha espada não soboreasse o sangue de seu coração impedido de impulsionar o liquido escarlate a todo o seu corpo vencido. Sim todo ser vivente tem coração, mas nem todos são confiáveis.

Mas voltando ao coração de Menelau, nesta horas ele procura Helena, já tive tantas helenas, mas não encontrei a minha "HELENA", brava, guerreira, forte e ao mesmo tempo, dócil, cativante, feminina e bela como Afrodite, mas com o coração tão humano e mortal como deste guerreiro que olha para o céu e vê as constelações do Zodiáco e o sorriso sarcástico de Zeus e seu séquito de deuses e deusas menores a banquetear vinhos, primícias e amores, e mesmo assim zombam deste guerreiro, que querem eles?

O que eles querem sabem que não vão consguir, porque por dez anos, Menelau lutou em Tróia, mas suas aventuras e venturas ainda não acabaram, porque o sangue de Menelau só pode escorrer nas mãos de sua HELENA.

Neste pacto de sangue, morte, vida, amor, desejos e perseverança, Menelau e HELENA constroem uma nova odiséia, que até os deuses vão querer contar em versos na sua imortalidade mórbita, a união inabalável deste dois mortais.

Por enquanto,

Melancôlico,

Menelau só lava o sangue de sua espada

E de seu coração.

Porque eles devem estarem limpos para HELENA...

Menelau
Enviado por Menelau em 25/05/2011
Reeditado em 25/05/2011
Código do texto: T2991889
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