[Laços que o Tempo não Desata]

Foi há 33 anos...

Hoje, faz tanto tempo,

e faz tempo nenhum...

Pois é de todo impossível

afastar-me de quem

me deu matéria viva,

carne e sangue,

e também a guia primeira

para os meus passos.

Factualmente, foi há 33 anos...

Mas eu descreio; pois, não pode

jamais a mãe se separar do filho,

ou o filho se separar da mãe!

Levo-a no corpo e no espírito,

e nos meus olhos, os seus olhos

brilham agora, como sempre...

A [minha] morte sim, mas o tempo não;

o tempo não desata esses laços,

não desfaz o que sou, o que penso...

[Em tempos de provações, de suprema angústia,

eu peço... e sinto o conforto das suas mãos

em minha cabeça... e então, como antigamente,

nas escuras noites de medo, eu durmo em paz]

[Penas do Desterro, 24 de maio de 2011]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 24/05/2011
Reeditado em 24/05/2011
Código do texto: T2990305
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