SOLIDÃO
SOLIDÃO
POR QUE SERÁ?
Que me atormentas tanto. Que consomes todos os meus momentos. Que me sufocas demais. Que me deixas tão angustiado. Que me causas tantos males. Que tantas pessoas estão ao meu lado, enquanto me sinto só. Que me tiraste o gosto pela vida. Que as pessoas, que eu mais amo, vejo-as, tão distantes e indiferentes. Que não me deixas viver na paz. Que não segues o teu destino vil. Que me prendes em tuas garras ameaçadoras. Que não me deixas respirar os ares da liberdade. Que não escutas os meus apelos. Que o teu silêncio é tão aterrorizante. Que resumes em teu bojo tanta frigidez. Que teus sentimentos são tão ordinários. Que tuas respostas são sempre o silêncio. Que tua arma é tão cruel e assustadora. Que teu mal é tão voraz. Que os poetas chamam-na de fera. Que a beleza em ti não impera. Que o amor em ti não se encerra. Que a tristeza em ti prevalece. Que o ódio em ti aquece-se. Que na tua história a satisfação não tem vez. Que a covardia em ti reina. Que só sabes ferir. Que não pensas em um dia de glória. Que tua origem não se revela. Que tua estrela não tem brilho. Que teu sol não tem calor. Que teu luar não tem amor. Que tuas noites são tão frias. Que teus dias são tão longos. Que a sabedoria em ti não se apega. Que teu vazio invade-me. Que me fazes chorar. Que tua demora enlouquece-me. Que qualquer fortaleza diante de ti desmorona-se. Que a depressão apossa-se. Que teu vento frio dói-me na alma.
Diante de tudo isto, só resta-me uma coisa apelar por Deus. Socorro! Socorro! Socorro!