Navegar

Dizem que não saberei velejar, mas eu sei que sou capaz. Sei que posso conduzir meu barco através do oceano. Acharei meu caminho e, se não chegar aonde almejo, pelo menos, sei que terei saído do lugar que me faz infeliz. Talvez eu nem queira chegar a lugar nenhum. Pode ser que, no recanto mais íntimo da minha alma, o que eu realmente deseje seja navegar infinitamente. Navegar, navegar e navegar, sem cessar, sem estagnar, percorrendo todos os lugares deste mundo, aprendendo, sentindo o prazer indefinível da liberdade, o sabor de viver. Sim, eu navegarei sem parar, no meio do oceano sem fim, ouvindo as gaivotas, o cheiro do mar e das algas marinhas invadindo minhas narinas, saboreando as ondas, de braços abertos para o infinito.