Sobrenaturâncias

sobejava a fisgada de meu medíocre cíumes

o chão aberto me tragava retirando, no ato aspirado, o meu ar

tudo é desenhado perfeitamente pelo universo que balança e realinha

e César recebe o tesouro do mundo que lhe é de direito

(César ainda não sabe, mas está tudo caminhando perfeitamente)

despojada de esperança, de expectativas, finco a picareta na rocha, subindo a cada dia um novo metro, por vezes escorrego, mas tenho mais avançado do que estabilizado...

de lá do buraco aberto da terra, objetivo sair do pesadelo em que a criança mata-me a pedido meu e encontro um copinho d'água me esperando; para humildemente tomar meus goles, lavar minha face e guardar dois dedinhos pra depois, caso o tal manancial demore a encher o rio donde alimentar-se-á os náufragos do deserto...

Juliana Canezim
Enviado por Juliana Canezim em 20/05/2011
Código do texto: T2983238
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.