Sobrenaturâncias
sobejava a fisgada de meu medíocre cíumes
o chão aberto me tragava retirando, no ato aspirado, o meu ar
tudo é desenhado perfeitamente pelo universo que balança e realinha
e César recebe o tesouro do mundo que lhe é de direito
(César ainda não sabe, mas está tudo caminhando perfeitamente)
despojada de esperança, de expectativas, finco a picareta na rocha, subindo a cada dia um novo metro, por vezes escorrego, mas tenho mais avançado do que estabilizado...
de lá do buraco aberto da terra, objetivo sair do pesadelo em que a criança mata-me a pedido meu e encontro um copinho d'água me esperando; para humildemente tomar meus goles, lavar minha face e guardar dois dedinhos pra depois, caso o tal manancial demore a encher o rio donde alimentar-se-á os náufragos do deserto...