se fosse primavera em sua poesia, 
eu colheria cada semente , como sempre fiz , e haveria promessas de momentos em flor ...
eu cataria as palavras que te caem pelos dedos , e faria grinaldas , bouquets , adereços , e com elas enfeitaria os caminhos sonoros por onde a própria poesia recitaria  essência , perfume ...
seria uma manhã silvestre ... de relva recém composta .. de sereno ainda escorrendo das folhas úmidas de sonhos...
seria um passeio pelos entremeios dos sentidos ,
sentires murmurados pelas pétalas que se abrem para dar cor e buscar calor
seria cálida a voz da manhà respirando tonalidades que a poesia-imagem teria a ofertar ...
seria cálice a nos brindar com beleza potável ... cumulativa  de gotas cristalinas ..
pérolas cultivadas no miolo da madrugada ...
seriam versos de flora e festa ... orgia poética ... magia frenética ...


mas , não encontrei-te nesta estação ...
estás mais para inverno em canção ... 
ar frio fosco , de neblina que não aproxima , e sim turva o entendimento ... 
bruma que esvai o magnetismo ... simbolismo ... 
comunicaçào interrompida pelo vento que não cativa ... 
não ativa a visão e emoçao ...
                      NÃO ANUNCIA O VERÃO 

                                     (( MELLMELLO))


MELL MELLO
Enviado por MELL MELLO em 19/05/2011
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