se fosse primavera em sua poesia,
eu colheria cada semente , como sempre fiz , e haveria promessas de momentos em flor ...
eu cataria as palavras que te caem pelos dedos , e faria grinaldas , bouquets , adereços , e com elas enfeitaria os caminhos sonoros por onde a própria poesia recitaria essência , perfume ...
seria uma manhã silvestre ... de relva recém composta .. de sereno ainda escorrendo das folhas úmidas de sonhos...
seria um passeio pelos entremeios dos sentidos ,
sentires murmurados pelas pétalas que se abrem para dar cor e buscar calor
seria cálida a voz da manhà respirando tonalidades que a poesia-imagem teria a ofertar ...
seria cálice a nos brindar com beleza potável ... cumulativa de gotas cristalinas ..
pérolas cultivadas no miolo da madrugada ...
seriam versos de flora e festa ... orgia poética ... magia frenética ...
mas , não encontrei-te nesta estação ...
estás mais para inverno em canção ...
estás mais para inverno em canção ...
ar frio fosco , de neblina que não aproxima , e sim turva o entendimento ...
bruma que esvai o magnetismo ... simbolismo ...
comunicaçào interrompida pelo vento que não cativa ...
não ativa a visão e emoçao ...
NÃO ANUNCIA O VERÃO
(( MELLMELLO))
NÃO ANUNCIA O VERÃO
(( MELLMELLO))