DEVANEIOS
Dia desses dei asas à imaginação!!!
Sabe, aqueles dias com aquelas experiências malucas, frutos da fertilidade da mente humana?
Os devaneios sempre existem, mas desta vez resolvi mesmo, viver a aventura do imaginário!
O local escolhido foi uma pequena praia distante, quase virgem, ensolarada de um sol bastante tropical, areia branca, puríssima, gaivotas voejando próximas ao horizonte com suas asas imensas, envergadura abrangente, contra um céu de pleno azul celeste desenhando silhuetas imaginadas.
Na areia, surgindo do nada e das profundezas, monstros inofensivos de garras salientes e olhos periscópicos, inquietos, girando sobre o próprio eixo e perscrutando os movimentos da superfície. Ágeis, para sua proteção, diante de um movimento súbito qualquer, em desabalada carreira encaminham-se diretamente para as ondas que banham, lavam e purificam as dunas salinizadas que começam a se formar pela ação dos ventos e do mar, constante, furioso, soberano e invasivo.
No horizonte, o encontro de nuvens e águas confundindo-se no azul profundo, as silhuetas de embarcações arredias balouçando-se ao sabor do vento e das ondas; as velas vermelhas, azuis, amarelas, rotas, desfiguradas às vezes, são o colorido da paisagem distante; e a dança intermitente confere ao cenário a sensação de um balé rítmico, natural, que acompanho por dentro e por fora meneando a cabeça de lá para cá (ou seria de lá para cá???), como fazem os que vão assistir a uma partida em Roland Garros.
O sol já esteve alto e a cabeça também já esteve nas nuvens... as horas se foram e o tingimento róseo das nuvens anuncia o ocaso do Astro-rei que, soberano, percorreu o firmamento de leste a oeste enquanto os meus devaneios me conduziram de norte a sul.
Meu Deus! Como as horas passam rapidamente!
Nesses devaneios, sequer me dei conta das atividades do restante do dia. Compromissos importantes, hora marcada no consultório do psicólogo, compras, cinema logo mais à noite, enfim. E agora?
Sabe de uma coisa? Que bom este tempo investido na contemplação do infinito, da obra criada pelo Soberano e do perfeito equilíbrio de forças percebido no horizonte. Foi muito melhor do que permanecer deitado, “divã-nizando” as indagações da minha mente fértil e ocupada com muito sem-que-fazer, apenas para manter um rótulo existencial de modernidade.
Acho que farei a mesma coisa amanhã... E depois.... E depois também. Será ótimo para a minha existência e experiência humana: contemplar a obra do Criador e saborear a minha existência neste mundo maravilhoso de que eu preciso cuidar para mim e para o meu futuro.
Faça o mesmo.
Dê asas à sua imaginação!!!
Devaneie!!!
VIVA!!!