E que nada rompa...

"Você sabe, todas sabem, os homens são todos iguais,

são quase a mesma coisa, querem as mesmas provas,

os mesmos sacrifícios... O que define a diferença entre eles

somos nós. O mesmo homem é diferente conforme a mulher,

mas todos os homens se parecem com cada uma delas."

E parou por um momento, dando a mim o tempo para reflexão.

Pobre terapeuta...eu nada contei, nem ela algum dia poderia imaginar.

Homens, eu apenas os olhei, nunca os tive, nunca os quis,

exceto meu pai, mas ele era excepcional, único e singular.

O que eu quis foi amor e creio que amaria muito ainda, mas esse é

o grande medo de todos, o de serem muito mais amados do que amam.

Amor que brilha, ilumina o caminho e se faz reluzente.

O amor dá medo, tanto aos homens quanto às mulheres,

principalmente quando é assim, tão evidente.

Quando ela desligou, cai em prantos. Enchi minha mala de coisas inúteis que tomavam muito espaço, dobrei meus vestidos pelo avesso, superstição idiota, separei a lingerie envolta em panos.

Liguei aos amigos: Adeus, estou partindo

pelos próximos cem anos.

Apenas um alguém me disse: Fique, aceitar a ideia de uma derrota é ser vencido.

E eu queria apenas uma ponta de ilusão que tivesse me convencido...

AURORA ZANLUCHI
Enviado por AURORA ZANLUCHI em 17/05/2011
Reeditado em 06/11/2011
Código do texto: T2976313
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.