ÓCIO-DENTAIS
12.03.1997.
 
 
   Essa página eu havia deixada vaga a espera de uma segunda “ordem” (da inspiração ou da falta de assunto?), até que eclodissem novas palavras de um peito que flameja, de um sangue que percorre ansioso pelas veias do inusitado e indefinido porvir, devir tal, que às vezes me parece já tão percorrido, como se andasse em círculos e já tivesse conhecimento de toda a trajetória incansável da esfera global que nada mais é que o eterno retorno, uma bola meio disforme, já inúmeras vezes girada ao ponto de serem poucas as surpresas a um sistemático observador da ordem; sim, eu havia deixado espaço para falar novamente a mim mesmo as mesmas coisas de sempre; sempre há espaço para a contemplação, essa em que nos esmeramos em algumas horas em busca de ângulos e prismas melhores para torná-la, a observação, menos monótona e sarcástica, menos opaca e atrativá-la com amenidades insistentes onde a igualdade torna tais olhos mais produtivos e redondos como são os olhos dos ocidentais e acidentais olhos que enxergam as desigualdades num mundo que se esmera pela equivalência; de uma forma irônica na prática, soberba no trato e ético-social na teoria, quando na verdade, mesquinho, egoísta e egocêntrico.
   Assim então ficou espaço para tal texto na utópica, supra-utópica esperança de que, quem sabe um dia, a descoberta entre a mesmice e o novo possam trocar de papel e essa troca venha mudar a ordem esférica global.
   Estou falando de comida para todos!
 
 
Marcelo Braga
Enviado por Marcelo Braga em 17/05/2011
Código do texto: T2975230
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