O Jardim

Havia um jardim cheiro de flores;

Um arco-íris multicolorido de rosas, azaléias, gerânios e tantas mais ...

O aroma se espalhava por todos os lados e a paz reinava absoluta naquele paraíso perfumado.

Até que um dia, pela multiplicação das flores e escassez de nutrientes começaram as pestes, doenças e mortes.

As flores mais jovens eram as que mais sentiam e feneciam primeiro... Faltavam-lhes a sabedoria, a paciência, a perseverança e a fé.

Certo dia um grande senhor vendo o jardim decadente disse:

Oh, minhas queridas, voltarei com a solução, e em poucos minutos veio com um grande saco de esterco.

... Houve uma gritaria geral!

O cravo queria puni-lo, a rosa mostrou-lhe os espinhos.

- Com que direito esse homem vem estragar com esse objeto malcheiroso nosso paraíso perfumado?

Apesar de todas as queixas o homem ciente de seu dever, jogou carinhosamente o esterco aos pés das flores.

Muitas, não suportando aquele “ato execrável” morreram envenenadas (pelo seu próprio ódio).

Outras se trancaram no seu pequeno mundo, isolando-se do jardim, e com o tempo, sem alimento, também feneceram.

Mas também havia algumas, poucas é verdade, que confiando na palavra do Grande Jardineiro, abriram seus caules, suas folhas e suas pétalas dizendo:

- Minha vida está em suas mãos!

E essas flores cresceram lindas e se reproduziram tornando aquele jardim em um novo Paraíso alegre e perfumado.

Edson Montemor
Enviado por Edson Montemor em 21/11/2006
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