Paraíso de Gabriel

Fotografar a permanência da anatomia do gesto, a anatomia de sincronizar os sentimentos com um violão, dar voz ao que se passa por dentro por aquelas 6 cordas. Fotografado, tu, um ser despertencido e raro, feito de dúvidas...

Emoção e equilíbrio, senhor de paralelas.

Um arcanjo sem asas e palavra, não visto em um castelo ou em uma nuvem do céu mais sim apenas sentado sob a pedra mais alta.

No silêncio sussurrado entre as montanhas sua música sem máscaras ecoa no abismo, drenando e fluindo para fora de si sua dor.

Destino? Imensidão à fora.

Assim o vejo: entregue ao descanso de seu ser, o silêncio entalhado na garganta, descobrindo-se em cada momento sempre desigual à ti mesmo.

E eu? Eu inebriado com a imensidão de seu ser e de seu paraíso.

Contemplei em ti a pureza total da existência embalado por som e silêncio... e por sorte, sorte pude fotografar.

Nunca o vi tão pleno de si e nem palavras foram necessárias para perceber

Abstive-me de fotografar seu olhar respeitando tua entrega à si próprio, aos que querem desvendá-lo: contemple seu olhar pessoalmente e diga o que for capaz de enxergar.

O paraíso de Gabriel ironicamente é aqui entre nós, porém, longe de todos e próximo do céu.

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Fotografia dessas palavras em: http://www.orkut.com.br/Main#Album?uid=7018955245023898444&aid=1305364604