054 – Solidão...
Solidão, dos restos da felicidade que estão à minha volta nada mais me consola, nada mais me alegra, tudo é desesperador e melancólico, o pensamento amuado descola, voa alto, rola para além do horizonte procurando por ela.
Solidão não me vire as costas, abra os braços estou voltando!
Desculpa!
Tentei ser feliz, mas a felicidade por mais paradoxal que possa parecer me fez tão infeliz que me vejo compelido a voltar.
Solidão, você é o meu mundo, você é a minha casa, pelos seus caminhos de novo quero perambular, me encontrar e me perder, e nas saudades dela me agasalhar recordando de tudo aquilo que um dia fomos, das coisas lindas que entre nós existiram e que pelos vãos dos momentos se foram para sempre.
Com certeza solidão, ao dela relembrar, o coração como dantes há de tremular, há de fraquejar, mas tenho que aceitar que aquela vida por nós vivida, hoje, mais do que sem vida está, mas não esquecida, e os momentos por nós vividos, estes sim, tão avivados que ainda hoje tal qual retalhos últimos de um sol naufragante na distancia do horizonte acenam desesperanças, ainda assim são estes furtivos relampejos do nosso passado que na alma minha produzem alguns momentos de felicidades.
O tempo há de pedir na palma da minha mão, seus olhos para verem a dor da minha solidão, e ao me ver e sentir os meus tormentos, eu não sei que atitude tomarás, mas de uma coisa tenho absoluta certeza, saberás assim o quanto eu ainda te amo.