Cotidiano de Solidão
Três gotas salgadas escorreram de só uma vez... O mundo não mais parecia que um chão. Como ficar num lugar assim? Pessoas passando apressadamente, quase como se não tivessem rumo. E os dias? Eles não tinham nenhum sentido? Haveria motivo ou tudo estaria camuflado, invisível, feito incógnita? Como os outros, também não sabia responder. Apenas cumpria os passos, um robô humanizado, ou seria o contrário? Pessoas são máquinas? Há quem pense que sim, mas, afinal de contas, máquinas sentem dores? Se não, então, por que elas apareciam? Ninguém sabia explicar. Cinco comprimidos: dois pela manhã, um à tarde e outros dois à noite. Seria um desafio continuar. Agora, mais do que nunca, precisaria aprender a fingir... Respirar fundo, mexer os músculos da face como num ritual, dizer próximo e muito obrigado, volte sempre, talvez.