Uma vida
Brumas me encantam os olhos
névoa que não mais me cega
agora revela a entrega
do momento que antes vivi.
Sentia o que antes achava
previa o que antes não via
correndo em meio ao inverso
escondida no verso
entre prosa sem rima.
Abre os olhos e agora reflete
no espelho daquilo que tem
se repete o que já foi antes
são os peitos arfantes
das tropas que vêm.
Armaduras do anonimato
Entre olhares que perdem-se em mim
são só lábios de corpos unidos
o silêncio traído
uma história sem fim.