BOCHECHINHAS DA THAÍS
Olhei para ela. Sorria, mas não era ainda para mim. Ela conversava. Não sei quem era. Seria um namorado? Não perguntei. As estrelas brilhavam no céu, e ela brilhava na terra. Seu sorriso lindo eu não vi naquele instante, mas podia prever.
Ela é mais ou menos do meu tamanho. Mais linda que uma flor. Não achei mais linda flor do que ela, mesmo dormindo, eu nunca vi, mas sei que deve ser assim, como um botão de flor desabrochando na noite, sob o véu da luz prateada do luar.
Já falei dos olhos? São semelhantes a duas velas iluminando quem passa, quem olha. Aquele olhar que eu não esqueço, juntamente com seu sorriso lindo, que era como uma candeia que faz brilhar as janelas da alma, para que alguém possa ver a alma de quem é iluminado por ela, porque uma luz daquele tamanho pode abrasar a terra. E não era só isso. Muito mais que isso, que toda poesia não explica.
Ainda não fechei essa prosa. Faltam ainda as “bochechinhas”. Quem já viu ela sorrindo, de lado, do jeito que eu vi, poderia se apaixonar por ela, só por causa das bochechinhas dela, que mais pareciam sorrir junto, e presentear aquele rostinho faceiro com um belo brilho de diamante. Eu olhei, sem querer, as “bochechinhas”, que brilhavam sob a luz do luar, ao som das cachoeiras, num prateado singelo, que me apaixonou!