O balançar da rede faz um gemido acontecer.
Do ranger do punho no armador, nasce um som.
É um som ritmado, triste, continuado...
No entanto, os balanços se sucedem.
Acontecem como se não precisassem do balançar.
O barulho continua contínuo.
Com o passar das horas, não mais o escuto.
Apenas um leve embalo como uma cantiga de ninar.
A rede vai e vem, a rede vem e vai
Ao sabor do balançar e do gemido doedor do punho.
É o canto da rede cantante a me embalar,
Na falta de tua mão que me embale.