estranhamentos humanos
é estranho vazio
a dissonância que reverbera
em movimento
disforme
sem acordes vorazes
tampouco com
V
I
D
A
que pulsa sem sangue
embebido em leito anestesiado
há quem se entretém
pela palavra fácil
(emoção pret-a-porter)
de poemas desvalidos
rentes ao sumo desérto
do real
( a crueza não me vem rente à alegria
fazer poema é doer-se pela estética
que se quer ainda
e para sempre ética)
é estranho
ainda assim
a ausência do corpo
na carne
do sentir que não cria
ondulações vivazes
para além das cores mornas
mas loquazes
do cotidiano
empírico de terra
prometida.
(nunca barato...)