Se é porque visto estas desigualdades nas linhas e frases das quais dá de ombros, se é porque disfarço contrariedades acendendo cigarros e incensos...E não tenho nenhum senso de discussão.

Se é porque nua era de amor, com tantas luas a romper-me tua, desde o muito antes incontido...Já não sei!

Mas agorinha passou-me aquela noite de onde surgimos encontrados; a mesma em que bastávamos em olhares e receios, e ainda assim tombavam vírgulas nas entrelinhas de um “pode acontecer” prevendo estrelas.

Ajeitados na pressa d’um café por testemunha, fincavas mormaço que se expunha, marcando guardanapos que guardei...Ali,afastamos os ponteiros dos medos e das cordas rompidas, as mesmas que um dia subimos meninos, na esperança de não sermos pegos pelos cegos nós da rejeição. 

Não! Todo cuidado cura o reverso, e meu verso sustenta a ferida [pensei].

Sou agora guarida, das coisas que tanto aprendemos nas beiradas felizes e na poeira que deitamos sofridas.
Sou um tanto e tão pouco, que muito me tenho [tenho tanto que muito me sou tão].

As idas de mim até onde me alcanço, me esfolam e arranham sombras, azulando solos, seios e susto ausentes.

Você enjaulado em laços que não desfaz, a morder boca que não ousa expressar. Eu a olhar botões sem casas e carretéis de linhas a perguntar:

Há de haver desculpas atrás da porta, dessas que tão verdadeiras salivam sangue e arrebentam maçanetas por palavras doces não ditas?...

Há de haver essa tanta água, que brincando gotas bravas, nos trará tempestades lavando perdões?

Se é que sabes exatas respostas das palmas das tuas mãos, e tens a textura exata do risco...Arriscas responder?

Mirea
Enviado por Mirea em 06/05/2011
Reeditado em 06/05/2011
Código do texto: T2952055