MAIO, À LUZ DE MINHA MÃE

(à minha mãe Hilda, in memoriam)

De ti,

não há respostas.

E as que chegaram,

leves, quebram-se sobre meus jardins,

quando o olhar diz à terra

em seu silêncio fecundo

o que tenho (ainda aqui) para cumprir.

Não é hora de perscrutar as sombras.

Com o amanhã retornará o límpido

e o sobrenatural em que sempre acreditei.

E na grande constelação das passagens,

perder-se-ão meus devaneios

como gotas de orvalho sob as auroras.

Preservo dentro do peito

estes laços, estes guias

que me reconhecerão na jornada.

Meu primeiro olhar para ti,

que não fixou o brilho dos teus olhos,

mas o vôo silencioso do teu amor

sobre os vales por onde caminhariam

meus pés.

E me conduziu

ao reino da confiança

em teu céu e tua terra.

Sob o mais divino dos sóis:

- teu coração.

(Direitos autorais reservados).