Eu não tinha nem dez anos de idade
E já me encantei com o brilho da Lua
E entendi bem a vida das estrelas
Desconfiei do que meus olhos viam
E do que diziam que viam meus olhos
Tem mais nisso tudo e tem menos
Bem menos do que a arrogância
Que a razão me punha nos pensamentos
Cresci com a cabeça lá nas nuvens
E os pés bem fincados aqui no chão
E fiquei bem quieto bastante tempo
Tinha a fé e a dúvida e seus dilemas
Tinha tudo como um grito calado...
A alienação de precisar crer como todos
Que tudo era tão bem mais fácil
Mas nada era e foi tão fácil
O grito explode e se cala repentino
E resta aguçar o mais aguçado olhar
 
Depois abro minha mente
Torno abrangente o tímido olhar
Abro as portas e os meus braços
E mancham o tapete de minha vida
Sujam de crendices as minhas certezas
Desdenham minha dor de perguntar
E zombam de minha vontade de saber
Sobra então a alheia tristeza causada
Que nem fui eu que a causou
Quem eu fui e quem eu sou
Nada disso conta ou contou
Ofendido em meu ser me culpo
Por ter que ter a absurda pena
Daquele que me ofendeu
Justo eu tão eu em minha casa
Que é menos minha do que tua
Minha casa é, sempre foi, minha alma
Minha alma não foi achada na rua

Registro-SP, em 03/05/2011 - 23:05
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 03/05/2011
Reeditado em 26/05/2021
Código do texto: T2947748
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.