Morte Iluminada (Prosa)
Li cada uma das estrelas no vazio das noites, em que naufraguei meus sonhos.
O cruzeiro do sul desfilava iluminado, enquanto eu, em agonia submergia nas minhas reminiscências. Parecia o inferno as ondas de saudade refutando meu corpo sobre os lençóis já encharcados de descrença no amor e em tudo que fora belo.
Não houve um corcel alado, nem fadas, nem querubins que fizessem cessar tamanho oco, silencioso ardor em minhas vísceras, quase lacerante essa tristeza a causar-me uma súbita demência, e quanto mais enlouquecia, mais brilhava o cruzeiro do sul e as Três Maria cegavam-me num zás traz, nunca antes concebido desordenavam-se e corriam entre outras estrelas ao ritmo inconsolável de uma ode que meu peito arfante compusera num delírio de saudade e eu sem perceber escrevia minha própria lápide no céu.
Cristhina Rangel.
Fragmento de Desvios
Li cada uma das estrelas no vazio das noites, em que naufraguei meus sonhos.
O cruzeiro do sul desfilava iluminado, enquanto eu, em agonia submergia nas minhas reminiscências. Parecia o inferno as ondas de saudade refutando meu corpo sobre os lençóis já encharcados de descrença no amor e em tudo que fora belo.
Não houve um corcel alado, nem fadas, nem querubins que fizessem cessar tamanho oco, silencioso ardor em minhas vísceras, quase lacerante essa tristeza a causar-me uma súbita demência, e quanto mais enlouquecia, mais brilhava o cruzeiro do sul e as Três Maria cegavam-me num zás traz, nunca antes concebido desordenavam-se e corriam entre outras estrelas ao ritmo inconsolável de uma ode que meu peito arfante compusera num delírio de saudade e eu sem perceber escrevia minha própria lápide no céu.
Cristhina Rangel.
Fragmento de Desvios