IMPRESSÕES POLARES
No meio do nada
O barco encalhado naquele mar de gelo
espera feito um monge gelado
O tempo dilui-se lentamente
nos dias
O silêncio incomoda com suas
algazarras mudas
Escuto nitidamente o som dos meus passos
O bater do meu coração e quedo-me
diante de tão impressionante beleza
parece um mar de nuvens de algodão
Só alvuras impávidas
Um frio de gelar os ossos d'alma manda sinais
Ali, a natureza é senhora absoluta
E ai daquele que não perceber
Eu, placidamente, espero
igual ao barco, feito monge.
Gelado.