Mulher – Masterpiece.
Não sei ao certo a razão, mas, em dias como este, fúteis são as palavras...
Elas são pobres e até medíocres diante de dadas circunstâncias.
Não me atrevo a buscar campeá-las, as mais polidas entre tantas possíveis;
Tantas belíssimas, puríssimas em sua concepção, mas maculadas pelo descuidado emprego...
Às vezes, clichês, cacos, trôpegos trocadilhos, redondilhas rotas, enfim...
As palavras realmente se perdem diante de ti; na verdade, nós nos perdemos.
Talvez nos percamos porque queiramos demais conhecer, desbravar,
Desvelar aquilo que aos olhos mistério ainda jaz, mas eis que percebemos,
Ao sairmos de ti, o quão agradável era aí dentro, e assim, por toda a vida,
Buscamos, em vão, aquela sensação incrível de nada ter a fazer,
Nada provar a ninguém, não competir, brigar por espaço; aliás, espaço pra quê?
Bom mesmo daquele jeito, justo, ideal, na medida.
Ali não necessitávamos roupa, banheiro ou comida.
Mas, ali, nunca mais, e assim entendemos que,
Mesmo privados do quente lar, é a teu lado que encontramos abrigo, acalento;
Que junto de ti é nosso espaço; que, ao teu redor, o paraíso se faz;
Longe de ti, esse paraíso não existe; se existir, vazio será.
Sabemos, apesar da aspereza de nossos modos, que tu és o propósito maior,
A jusante para onde vertem todas nossas ações, cada esforço, cada sonho de conquista.
Sem ti, seríamos todos gordos, despenteados, néscios; talvez nem nos banhássemos.
Tu moves o mundo, bendita sejas; bendito teu andar macio, a candura de teus gestos;
Bendita desenvoltura com que preenches cada canto,
A facilidade que tens de tocar com carinho, desarmar com o sorriso.
Realmente, as palavras são vazias ante a árdua missão de louvar-te,
Elas não cabem tua grandeza, não cabem o amor que te guardo,
E te ofereço, a cada instante, por todos os dias de minha vida, mulher!