Florescer da saudade
Hoje me debrucei junto ao passado
Como se no peitoril de uma janela florida,
Como se no meio de um canteiro
De margaridas
Do meu olhar obliquo cor de mel
Iluminava a lembrança
Em transparentes e longínquas visões
Minhas lembranças como chuva no telhado
Tamborilando a memória
Vi-me nas madrugadas, nas noites altas a correr no orvalho atrás de vagalumes.
Enchendo-me de extasiada alegria
Como isso me fazia realmente feliz
E o tempo passou...
Num pulo nostálgico vôo nas asas da saudade
Pouso num tempo que não existe mais
Assim como chegastes à minha vida
E coloristes os meus dias de contentamento num clima de amor verdadeiramente encantador
Sem argumentos, tempo fugaz
Destino traiçoeiro te levou
Para longe dos olhos meus
E no coração plantou a semente da saudade
Que ainda floresce quando me abro a pensar...