DO QUE CANSA E NÃO DESCANSA
Eu não inventei nada para seguir com a vida
Nenhuma droga que alivie essa dor de viver
Nenhum sonho ou fantasia, nem devaneio
Não me ajoelhei diante de nenhum altar
Não coloquei as esperanças que não tenho
Aos cuidados de nenhuma suposta divindade
Não justifiquei meus medos e os meus erros
Com nenhum tratado de improbabilidades
Não me envergonhei do tombo ou de tropeçar
Nem busquei nos impossíveis do sobrenatural
Explicação para qualquer coisa que fosse
Que fosse inexplicavelmente natural não ser
Eu não inventei desculpas para os enganos
Não joguei na cara de ninguém os desenganos
Eu não me afligi diante dos menores desencantos
E nem me encantei com a mísera promessa de pouco
Tão pouco para seguir vivendo essa tragicidade da vida
Eu quis tão somente a vida, a vida como me veio e vem
E eu nunca precisei de nada do que nunca me deram
Para ficar reclamando que não tenho ou que não me dão
Eu não tive escolha e tudo o que escolhi nunca foi fácil
Nunca foi simples nem relativamente palatável...
Nunca deixei que minha culpa fosse apropriada por outrem
Minha culpa sempre foi minha, só minha e assim me mantenho
Eu não tenho tempo de ficar pensando absurdas adivinhações
De tudo quanto teria sido simples somente virem me dizer...
Eu queria ter acordado hoje como quem sai de um pesadelo
Mas logo cedo a realidade me cospe na cara com um tapa
E a tristeza com que olho para tudo não resolve a tristeza de tudo
Não é meu simples querer que vai tornar todas as coisas belas
Meu mais mísero desejo não interfere em teu maior desejo
É meu querer nada que mais incomoda e atormenta o outro
Minha falta de esperança é não existir nenhuma esperança
Não é minha falta de fé que mata os deuses desacreditados
Não é minha solidão e silêncio que cria os tais demônios
É meu cansaço que não descansa de me cansar de ser
Este ser desprovido de máscaras e de viçosa vestimenta
Estou nu diante da eternidade para ser devorado pelo tempo
Bem a tempo de decifrar todo o tempo que me devora
Exatamente agora este teu silêncio e medos desencontram
A minha palavra capaz de quebrá-lo e o meu próximo passo
Capaz de ir bem mais além de todos os teus mais tolos medos
Eu não inventei nada para seguir com a vida
Nenhuma droga que alivie essa dor de viver
Nenhum sonho ou fantasia, nem devaneio
Não me ajoelhei diante de nenhum altar
Não coloquei as esperanças que não tenho
Aos cuidados de nenhuma suposta divindade
Não justifiquei meus medos e os meus erros
Com nenhum tratado de improbabilidades
Não me envergonhei do tombo ou de tropeçar
Nem busquei nos impossíveis do sobrenatural
Explicação para qualquer coisa que fosse
Que fosse inexplicavelmente natural não ser
Eu não inventei desculpas para os enganos
Não joguei na cara de ninguém os desenganos
Eu não me afligi diante dos menores desencantos
E nem me encantei com a mísera promessa de pouco
Tão pouco para seguir vivendo essa tragicidade da vida
Eu quis tão somente a vida, a vida como me veio e vem
E eu nunca precisei de nada do que nunca me deram
Para ficar reclamando que não tenho ou que não me dão
Eu não tive escolha e tudo o que escolhi nunca foi fácil
Nunca foi simples nem relativamente palatável...
Nunca deixei que minha culpa fosse apropriada por outrem
Minha culpa sempre foi minha, só minha e assim me mantenho
Eu não tenho tempo de ficar pensando absurdas adivinhações
De tudo quanto teria sido simples somente virem me dizer...
Eu queria ter acordado hoje como quem sai de um pesadelo
Mas logo cedo a realidade me cospe na cara com um tapa
E a tristeza com que olho para tudo não resolve a tristeza de tudo
Não é meu simples querer que vai tornar todas as coisas belas
Meu mais mísero desejo não interfere em teu maior desejo
É meu querer nada que mais incomoda e atormenta o outro
Minha falta de esperança é não existir nenhuma esperança
Não é minha falta de fé que mata os deuses desacreditados
Não é minha solidão e silêncio que cria os tais demônios
É meu cansaço que não descansa de me cansar de ser
Este ser desprovido de máscaras e de viçosa vestimenta
Estou nu diante da eternidade para ser devorado pelo tempo
Bem a tempo de decifrar todo o tempo que me devora
Exatamente agora este teu silêncio e medos desencontram
A minha palavra capaz de quebrá-lo e o meu próximo passo
Capaz de ir bem mais além de todos os teus mais tolos medos