(Memoriais de Sofia/Zocha)
Havia uma palavra perdida
que revirava aquele mapa
e as ruas da Vila Guaíra
as vezes ficavam de cabeça baixo
depenadas...
A palavra do padre Santo sumia
na escuridão
e as hóstias boiavam na boca sem gosto
como aquelas que as freiras alemãs
faziam no colégio
Quando um dia aconteceu as paredes
chorarem e inundarem de vermelho
o sudário amanhecido
uma cólica de primavera verde
quebrou as vidraças
o corvo azul deu um um sorriso estridente
o relógio bateu fortes badaladas
e Zocha sentada no beiral da casa
bombardeada havia fermentado
como pão na bacia
O tempo tocara o carilhão
os butiazeiros se debulhavam
sobre a cabeça dos passantes no morro uivante
Já a palavra agora revirava os bueiros
da Cruz do Pilarzinho e as ruas lamacentas
e aquela casa fantasmagórica
engolia aquelas almas nascentes
e do corpo dela existia agora ele
despregado dos suores
da palavra dela...
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Havia uma palavra perdida
que revirava aquele mapa
e as ruas da Vila Guaíra
as vezes ficavam de cabeça baixo
depenadas...
A palavra do padre Santo sumia
na escuridão
e as hóstias boiavam na boca sem gosto
como aquelas que as freiras alemãs
faziam no colégio
Quando um dia aconteceu as paredes
chorarem e inundarem de vermelho
o sudário amanhecido
uma cólica de primavera verde
quebrou as vidraças
o corvo azul deu um um sorriso estridente
o relógio bateu fortes badaladas
e Zocha sentada no beiral da casa
bombardeada havia fermentado
como pão na bacia
O tempo tocara o carilhão
os butiazeiros se debulhavam
sobre a cabeça dos passantes no morro uivante
Já a palavra agora revirava os bueiros
da Cruz do Pilarzinho e as ruas lamacentas
e aquela casa fantasmagórica
engolia aquelas almas nascentes
e do corpo dela existia agora ele
despregado dos suores
da palavra dela...
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