O QUE SE DESFAZ
No que se desfaz na vida
Perdemos a matéria dos sonhos
Perdemos o tempo que passa
A beleza e a juventude, a graça
E a vontade tão firme delas...
Semeamos tolas e pobres ilusões
(“Is This The World Created?”)
Colhemos dilemas e indagações
De uma poesia que nada recupera
A espera do amor é já alguma paixão
O voo mais alto de qualquer quimera
Que nem chega a nos tirar do chão
Toda manhã não adia o que se quer
Distraído, sempre amanheço vazio
Esvaziado de tudo que não se quis
Resta apenas aquilo que não fiz
Porque me desfiz de minhas vontades
E delas o coração nada mais diz
Silencia essa ilusão de felicidade
Desaprendi sonhar-me talvez feliz
Esqueci o gosto pelo que é de verdade
Paira a saudade do que não se refaz
A certeza de o olhar ter perdido a beleza
Na escuridão nenhuma luz se refaz
E no silêncio toda palavra nasce da tristeza
Num amor já morto toda emoção subjaz
No que a vida tem de fugaz e não tem de pureza
A medida mais incerta de toda essa incerteza
Um tempo que no tempo apenas se desfaz
E a morte traz assim com tanta delicadeza
E tudo na vida é assim esse olhar perdido no cais
E para onde vai é de onde não voltará nunca mais
No que se desfaz na vida
Perdemos a matéria dos sonhos
Perdemos o tempo que passa
A beleza e a juventude, a graça
E a vontade tão firme delas...
Semeamos tolas e pobres ilusões
(“Is This The World Created?”)
Colhemos dilemas e indagações
De uma poesia que nada recupera
A espera do amor é já alguma paixão
O voo mais alto de qualquer quimera
Que nem chega a nos tirar do chão
Toda manhã não adia o que se quer
Distraído, sempre amanheço vazio
Esvaziado de tudo que não se quis
Resta apenas aquilo que não fiz
Porque me desfiz de minhas vontades
E delas o coração nada mais diz
Silencia essa ilusão de felicidade
Desaprendi sonhar-me talvez feliz
Esqueci o gosto pelo que é de verdade
Paira a saudade do que não se refaz
A certeza de o olhar ter perdido a beleza
Na escuridão nenhuma luz se refaz
E no silêncio toda palavra nasce da tristeza
Num amor já morto toda emoção subjaz
No que a vida tem de fugaz e não tem de pureza
A medida mais incerta de toda essa incerteza
Um tempo que no tempo apenas se desfaz
E a morte traz assim com tanta delicadeza
E tudo na vida é assim esse olhar perdido no cais
E para onde vai é de onde não voltará nunca mais