FLORES-DE-VENTO

Nasce o dia além da vidraça embaçada, ventos cortantes agitam a copa das árvores e perpassam o coração, alertando de que já é inverno. Um alvo lençol de geada cobre campos adormecidos de sonhos, acariciados de leve pelo sol. Espirais de fumaça misturam-se ao hálito da aurora e espalham aromas de pão e café, os quais escalam lentamente o céu, desprezando a ação dos ventos.

Talvez nossos sonhos sejam assim, flores-de-vento espargindo pedaços na imensidão, vencendo o rigor do inverno e hibernando em imensas nuvens de esperança.

E, após as chuvas, o sonho seja semente forte brotando nos campos da primavera.

Helena da Rosa

28.04.2011/13.11.2011