*** Vulto na Calçada ***

O tempo passou tão de repente

Olho para trás e vejo as marcas

No chão batido pelo sol, pela chuva

Sinto o vento no meu rosto

E a tristeza me invade a alma

Contemplo as ruas desertas

Sem o teu vulto na calçada

Os teus passos se perderam

Em algum lugar

Tudo parou!

Até mesmo o sangue estagnou

Nas veias

Como um protesto ao teu silencio

Olho para minhas mãos

Vazia... Inertes

Vejo o tempo passar

A solidão vai tomando os espaços

Que eram seus

Tentando reagir e te perdendo pro tempo

Que tudo consome...

São Paulo, 31 de dezembro de 1980

Darcy Bilherbeck.

Bilherbeck
Enviado por Bilherbeck em 28/04/2011
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