*** Vulto na Calçada ***
O tempo passou tão de repente
Olho para trás e vejo as marcas
No chão batido pelo sol, pela chuva
Sinto o vento no meu rosto
E a tristeza me invade a alma
Contemplo as ruas desertas
Sem o teu vulto na calçada
Os teus passos se perderam
Em algum lugar
Tudo parou!
Até mesmo o sangue estagnou
Nas veias
Como um protesto ao teu silencio
Olho para minhas mãos
Vazia... Inertes
Vejo o tempo passar
A solidão vai tomando os espaços
Que eram seus
Tentando reagir e te perdendo pro tempo
Que tudo consome...
São Paulo, 31 de dezembro de 1980
Darcy Bilherbeck.