QUEM QUERO ENCONTRAR ESTÁ ME PROCURANDO

Eu deveria ter lido muito antes de tentar vê-lo. Porque coisas importantes são as que menos estão à vista nos falatórios e escrivórios. Ninguem mostra ou diz o que mais precisa.

Preciso voar a escuridão para tocá-lo no medo de se perder. O abandono esquecido nas entrelinhas olha de soslaio. Vira-se de costas pegando de surpresa o que encantou sem perceber. Doçura submissa, entregue. Macia.

Ele se move passivo olhando as coisas como se elas estivessem permitindo seu olhar. Não se atreve a perguntar, desejar, recusar ou mesmo permitir. Solidão de não perceber como é íma, carisma na caligrafia difícil dos sentimentos.

Está ali, pronto para se entregar a qualquer decisão. E de repente se enciuma. É assim o ciume. Sombra da luz do outro. O vagalume existe mais é nas ondas do escuro que os atrae. Luz é pra seduzir.Movimento de ir e vir.Pra desaparecer.

Manso, inventa roçar de carinho. Personaliza o toque, descobre caminho. Diz baixinho palavras que não precisam ser ouvidas. Só perfumam.

Distancia-se para ver melhor por dentro. É no escuro que ele enxerga mais. É por dentro que ele se desveste e sorri para o sentido do que sente.

Abraça o vazio . Encontra o corpo cheiroso dos pensamentos de amor. Regozija pela pele o suor da atração. Fecha os olhos de todas as portas que o levam pra fora de si. E consegue pegar no suspiro, pétala de lembranças. Aproveita e não percebe que arfa de prazer.

É nuvem. Passa de um instante a outro como tempo sem relógios. Desfalece indiferença por objetos não voláteis. Tempo apenas é patrimonio. O resto não é fantasia. E por isto não voa com ele por onde viaja a nostalgia.

Calado, quieto, tímido. Preso no minuto.Há torrentes de imagens magnetas correndo para o centro. Há muita gente ao redor querendo aprender a mágica da atração. Um modo de muitas perguntas distraídas por silencios. Multidão saindo de si correndo, sem saber atras do que.

Se falar, as letras se juntam nas menores frases. E demandam vazios compridos para o entendimento. Como se fossem escritas há milhões de anos e escorregassem de repente em alguma aldrave na porta de outras dimensões.

Se abraçar, deixa um espaço para o lugar dos espinhos. Não fere e nem é ferido. E a falta pede estreitezas. Com força. Naquela entrega tão violável. Macia.

Depois de vê-lo, pessoas não param mais de sentir. De viver o que ignoram. De pedir mais por perguntas. De evitar dormir pra não perder nada. De querer escrever o inexprimivel.

Ele passa por todos como se nunca existisse....

ISIZ
Enviado por ISIZ em 27/04/2011
Código do texto: T2934785