Caros Minutos
As horas voam
tic-tac. tic-tac.
Me debrucei sobre a mesa e o dia passou.
Mal percebi quando o amanhã já era hoje.
E o hoje ficou no ontem.
O futuro já é presente,
e nada mudou.
Os dias passam rápido....
E não posso acompanhar.
Perde-se vida.
Perde-se tempo.
Maldito tempo, que quando se perde não se recupera.
Não sei absolutamente nada.
Não vi, nem vivi absolutamente nada.
Não quero estar jogando cartas com Deus,
e olhar para baixo e sentir inveja dos homens que vivem.
Que vivem.
Tudo tem seu tempo, já dizia minha avó.
Que tempo?
Se ele já passou por aqui e mal lhe vislumbrei a face?
A única certeza que eu tinha estava errada.
Mas agora acho que tenho um cigarro,
talvez um amor platônico e
quatro ou cinco moedas no bolso de trás.
E o tempo já passou.
O cigarrou se apagou.
E gastei caros minutos
Rabiscando essa poesia sem rimas.