Caros Minutos

As horas voam

tic-tac. tic-tac.

Me debrucei sobre a mesa e o dia passou.

Mal percebi quando o amanhã já era hoje.

E o hoje ficou no ontem.

O futuro já é presente,

e nada mudou.

Os dias passam rápido....

E não posso acompanhar.

Perde-se vida.

Perde-se tempo.

Maldito tempo, que quando se perde não se recupera.

Não sei absolutamente nada.

Não vi, nem vivi absolutamente nada.

Não quero estar jogando cartas com Deus,

e olhar para baixo e sentir inveja dos homens que vivem.

Que vivem.

Tudo tem seu tempo, já dizia minha avó.

Que tempo?

Se ele já passou por aqui e mal lhe vislumbrei a face?

A única certeza que eu tinha estava errada.

Mas agora acho que tenho um cigarro,

talvez um amor platônico e

quatro ou cinco moedas no bolso de trás.

E o tempo já passou.

O cigarrou se apagou.

E gastei caros minutos

Rabiscando essa poesia sem rimas.

Caroline Mello
Enviado por Caroline Mello em 27/04/2011
Código do texto: T2933970