À Espreita

Parecia que eu estava presa a um questionário inquestionável.

Metáforas a serem construídas utilizando lógica e razão

E eu, atada a emoção, sentia-me afundando em mar profundo

Buscando entender o meu próprio Eu.

Não sou uma incógnita nem uma definição

Não corro atrás do vento para conter seu ritmo

Nem construo muralhas para detê-lo

Não lambo estrelas para roubar-lhes o brilho

Nem assino telas que nunca pintei

Na minha simplicidade cultivo flores

Em jardins diáfanos e quintais sem reis

Onde os pássaros voam e deixam sementes

Enquanto gorjeiam sem buscar o além

Não possuo a verdade nem um fato concreto

Nem mesmo suporto o indecifrável

Já que a linha é reta e a página aguarda

A frase inédita que sempre aguardei.