ESTRANHEZAS

Havia um lugar.

Um espaço de paisagem cândida.

Lugar de beleza, lugar divino.

Divino porque habitava um Deus acolhedor e amigo.

Tudo era perfeito, honesto e reto..

Era o templo de Eros. Puro bem, pura luz. Abrigo.

Mas...

Havia um outro lugar.

E na ponta do desejo,

um pé de exageros,

de excessos e mau cheiro.

Lugar de desespero, sem fronteiras, não-sorrateiro.

Lugar árido, paisagem retorcida.

Mundo feio

Mundo cheio de reveses e promessas duvidosas.

E sob a rosa, cintilava cautelosa, a menina.

Achava-se valiosa e vivia toda prosa.

De repente, rompe a corrente e... Torrente!

O escondido aparece e o feio bonito lhe parece.

Entristece e tece linguagem ininteligível.

Ninguém ouve. Ecos no silêncio.

Ninguém por perto, sem plateia, triste plebeia!

Ninguém aprova, rejeição e repulsa.

A menina foge.

Esconde, isola e chora.

Quer agora destruir mundo escuro que inside no porão das vaidades.

Quer voltar o tempo...

Evitar dor e verdade!

Mas...

O tempo não pára.

Relógio veloz.

Oh! Tempo atroz!

Dê uma chance à menina arrependida.

Liberte-a da dor.

Ela só quer amor,

no crepuscular dos dias.

Afinal, o que é mesmo “certo”?

Apenas o antônimo de errado?

Então a vida é uma gramática castradora!

Tempos indigestos.

Côncavo e convexo.

Viver complexo!

Poema publicado no livro "Curvas & Poesia" que se encontra no

site www.contoepoesia.com.br.

Suerdes Viana
Enviado por Suerdes Viana em 23/04/2011
Reeditado em 11/02/2012
Código do texto: T2926180
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