ESTRANHEZAS
Havia um lugar.
Um espaço de paisagem cândida.
Lugar de beleza, lugar divino.
Divino porque habitava um Deus acolhedor e amigo.
Tudo era perfeito, honesto e reto..
Era o templo de Eros. Puro bem, pura luz. Abrigo.
Mas...
Havia um outro lugar.
E na ponta do desejo,
um pé de exageros,
de excessos e mau cheiro.
Lugar de desespero, sem fronteiras, não-sorrateiro.
Lugar árido, paisagem retorcida.
Mundo feio
Mundo cheio de reveses e promessas duvidosas.
E sob a rosa, cintilava cautelosa, a menina.
Achava-se valiosa e vivia toda prosa.
De repente, rompe a corrente e... Torrente!
O escondido aparece e o feio bonito lhe parece.
Entristece e tece linguagem ininteligível.
Ninguém ouve. Ecos no silêncio.
Ninguém por perto, sem plateia, triste plebeia!
Ninguém aprova, rejeição e repulsa.
A menina foge.
Esconde, isola e chora.
Quer agora destruir mundo escuro que inside no porão das vaidades.
Quer voltar o tempo...
Evitar dor e verdade!
Mas...
O tempo não pára.
Relógio veloz.
Oh! Tempo atroz!
Dê uma chance à menina arrependida.
Liberte-a da dor.
Ela só quer amor,
no crepuscular dos dias.
Afinal, o que é mesmo “certo”?
Apenas o antônimo de errado?
Então a vida é uma gramática castradora!
Tempos indigestos.
Côncavo e convexo.
Viver complexo!
Poema publicado no livro "Curvas & Poesia" que se encontra no
site www.contoepoesia.com.br.