[O Enigma de "A."]

...velhos textos inéditos...

[Às vezes, o enigma se impõe inapelavelmente!]

Tempos vertiginosos, tempos doidos...

Tempos de falas curtas, sintéticas,

sincopadas e até mesmo sincréticas!

Tempos em que surge-me assim,

sem provocação, sem bandeira alguma,

uma apenas "A." na curva do meu caminho!

O que fazer se o fim do mundo [meu] chegou?

Deixar ferver, deixar esvair, deixar escoar...

E, estando caído de costas no asfalto quente,

deixar o sangue empapar a camisa branca,

olhar o estrangeiro céu azul profundo,

e pensar que a Minas, eu mais não voltarei...

Antes que eu dê o salto mortal no Nada,

quero lhe dizer a sua chispa não foi em vão,

pois onde há presença do ser, há coração!

“A.”: eu só passei no agora de sua vida

assim, de mera passagem cigana,

sossegue — já somos esquecimento!

[“A.”, seja você quem for, o que me importa,

se eu sou apenas esse desolado CRSS,

o homem perdido nos ermos desta terra?!]

[Penas do Desterro, 20 de junho de 2006]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 22/04/2011
Código do texto: T2924187
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