Reflexão na Paixão

Gurupá, 5 de setembro de 2004.

Certa vez eu achei

Que poderia ser Jesus por um dia.

Blasfêmia!

Mal provocado e injustiçado

Praguejei

Briguei

Nada entendi.

Carreguei uma tira da madeira da Cruz

E não suportei.

Não mereço

Sou vil!

Acho que tenho que me virar no avesso

Olhar para dentro de mim

E ver o mundo

As pessoas

Os sentidos da vida.

Ele assim o fez.

Na ignorância que percebeu

Declamou

-Perdoa-os...

eles não sabem o que fazem.

Discordou dos olhos,

Ouvidos,

Sabores,

Prazeres,

Peles dos algozes seus.

Concluiu que eram apenas sentidos da carne.

E no sofrimento seu

De Corpo

Foi mais forte no Espírito

É o que vale, ensinaria

Afinal, o que fica para a eternidade

E para o Eterno?