Malvada Ninfa

Poderia nem mesmo saber seu nome.

O mal já se havia feito.

Impregnado na alma, o germe fincara sua bandeira de dominador numa região até então inexplorada. Por ela.

Sutil, de uma singeleza ímpar, aos poucos foi passo a passo desbravando o coração, baço, rins, fígado e todos os órgãos do meu corpo.

O cérebro já não era meu. Ela me tomara.

Numa força estranha, sem querer querendo, não demorou a possuir a minh'alma e todo o meu ser.

Numa letargia descomunal, no prazer de um transe total, fui me entregando sem mesmo entender porque.

Não havia lugar para mais nada a não ser para o encantamento resplandecente que essa ninfa maravilhosa causara em mim.

Já não era mais eu. O futuro já não me pertencia.

Ela me absorvera em todos os ângulos e curvas do meu corpo.

Já nada fazia sentido, sem ela.

E, como se nunca tivesse feito mal algum,

Me pergunta com ar inocente, matreiro e calmo:

- O que sentes? Voce está bem?

Estupefato e fraco, olho dentro dos seus olhos negros,

e sempre sem nada entender, sentindo

as lágrimas que escorrem dos meus olhos

-Tudo bem, sussurro incontinenti, feliz por simplesmente ouvir sua voz...

04/11