[Texturas do meu Olhar]

Um casulo, um frágil casulo...

Um resplandecente casulo,

um abrigo contra intempéries

nem tão desastrosas assim...

Antes de despertar,

eu vivi muito, muito tempo

neste casulo de paredes

lisas e quase espelhadas...

E assim, construí o meu mundo

apenas de miúdas texturas do meu olhar.

E foi só quando cansei de ver

apenas as minhas imagens,

que eu saí para o sol de possibilidades.

Ah, mas então, já era tarde...

Pois, consoante o seu terrível hábito

de passar, a Vida passara, e sem mim!

Enrolado nas finas texturas do meu olhar,

perdi-me de ti, perdi-me de mim,

fiquei só, chorando sobre a linha

do trem que, de tão velho,

já nem passa mais por aqui...

[O mundo está tal e qual estava antes dessa narrativa,

pois é uma narrativa de nada: eu não disse nada!]

[Penas do Desterro, 19 de abril de 2011]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 19/04/2011
Reeditado em 19/04/2011
Código do texto: T2918299
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