Poesia sem Poeta
Das rimas,
apenas palavras soltas,
desconexas,
sem sentido...
flor sem perfume,
cores desbotadas...
música muda,
calada no tempo.
Tunel sem saída,
encruzilhada esticada,
tudo se foi...
os sentidos,
os rumos,
a rosa dos ventos
não gira mais.
Grunidos e risadas
embalos da rede embalada
merendas de madrugada
sala desarrumada
dissincronia
o boi bebeu...
Porta retrato vazio
tela borrada
pastitura rasgada
flauta entulhada.
Cozinha vazia
lençois bem lavados
fila de supermercado
tsuname que veio
a água levou...
Tão seco
tão rude
tão desesperador...
Sorriso amarelo
cutelo, martelo
pincel que a tinta empedrou.
Dói nao,
nem machuca,
silêncio arrebatador.
Mugido de vaca,
faca amolada,
misturas das peles,
o cheiro azedou.
Palavras sem rimas
rimas sem musas
musa sem poesia
o caderno fechou.
Maria Lúcia Siqueira
21.02 h, de 18/04/11
Olhando uma foto.